ANÁLISE DE TIRINHAS (036): O PODER DO CONTROLE REMOTO

Fonte: Jornal Correio Popular, Campinas, 22/07/2014

Creio que muitos dos leitores deste texto já tiveram a oportunidade de participar de uma boa briga em casa para ver que ficava com o domínio controle remoto no momento de assistir a programas de televisão. De fato, a posse desse poderoso instrumento significa "estar no controle", "deter o comando" do canal a ver, do programa a assistir. Ou ainda, quando a família toda ou um grupo se posta frente à televisão, ter o remoto em mãos obriga a todos se submeterem ao gosto daquele o segura ou com ele zapeia.

Sem o controle remoto, o nossos dias talvez não fossem tão emocionantes... Usá-lo com sabedoria, equilibradamente, nos torna poderosos. O ato de zapear, ou seja, de mudar rápida e repetidamente de canal de televisão de forma a detectar programas que se encaixem nos quadrantes do nosso gosto pessoal, não é lá dos mais pacíficos mesmo frente às telas televisivas mais modernas que mostram dois programas concomitantemente.  

Por vezes -  que não são poucas -, o zapear pode também ser uma viva demonstração de angústia, desatenção, hiperatividade, tique ou mania. Tenho amigos que ficam zapeando o tempo todo e, no final, não assistem a nenhum programa por inteiro; ou aqueles que durante os jogos de futebol zapeiam por entre os canais transmissores até perceberem que são todos a mesmíssima coisa.

Na tirinha acima o cão de Samanta reclama por não haver mais ninguém na sala para iniciarem uma "guerra" pelo controle remoto. Ou seja, fica a impressão de que a briga já se transformou num costume para a família no momento de assistirem aos programas de televisão.

No cartum abaixo, controle remoto é equiparado a um "revólver", ou seja, um instrumento para o exercício de poder e dominação ou amedrontamento. 



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