ANÁLISE DE TIRINHAS (025): RIGIDEZ DIDÁTICA

Fonte: Correio Popular, 21/10/2013

No transcorrer da nossa experiência como professores, vamos selecionando exemplos de conceitos (operações, princípios, etc.) que nos parecem mais esclarecedores para os nossos alunos. E, por ser testados na prática, esse exemplos vão sendo rotineiramente usados por nós para que os estudantes compreendam, com a devida clareza, os conteúdos a que se referem aqueles conceitos.

Em nossas observações de aulas durante trabalhos de estágio, temos observado que muitos professores repetem, ipsis litteris, as explicações e os exemplos que são fornecidos pelos livros didáticos. E o fazem alienadamente, por ignorância a respeito do conceito que está sendo ensinado. Dessa forma, quem fala nessas situações é o livro didático e não o professor.

Para não fugir à estrutura exterior subjacente ao conceito, o professor muda algumas palavras do enunciado, sem modificar a frase, parágrafo, problema, etc. A tirinha acima mostra claramente esse fenômeno: a professora mantem a estrutura do problema, mudando as "laranjas" por "bananas", reproduzindo o enunciado do problema voltado para a operação de subtração. E o aluno (Xaxado), muito esperto, captou na hora o procedimento circular, repetitivo, da professora.

Na trajetória de construção do seu "estilo didático", sem dúvida que o professor apela para vários tipos de rotina, especialmente aquelas que funcionam e dão certo junto aos seus grupos de estudantes. É importante, entretanto, que o professor CONSTRUA POR ELE MESMO - E COM CONHECIMENTO DE CAUSA - os seus exemplos, as suas elucidações, os seus comportamentos, as suas atitudes, etc. de modo que não pareça um papagaio repetidor de clichês vazios de efeito e de significação para a sua classe. 

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