ANÁLISE DE TIRINHAS (O23): ASSIM NÃO HÁ TATU QUE AGUENTE!!


Não resta dúvida que as leituras de uns influenciam as leituras de outros. Mas, por vezes, os mediadores de leitura querem fazer uma PROJEÇÃO dos seus interesses e desejos na cabeça dos leitores em formação. 

No caso do cartum acima, o pai, movido talvez por uma preocupação com o futuro de sua filha, lê um guia das melhores universidades, talvez pensando que já nessa idade a criança entenderá aquilo que está escrito.

Um guia não tem enredo e nem conta uma história. É uma lista insípida, contendo dados descritivos e estatísticas a respeito das universidade nela elencadas.

Quer dizer: nada existe de orientação positiva, pois o assunto certamente foge totalmente dos limites de compreensão da criança e é incapaz de envolver a sua atenção e a sua participação na leitura. 

Quais os interesses dessa criança? Que assuntos a envolvem? Que situações estimulam a sua fantasia e imaginação? Que autonomia damos a ela para escolher os textos que deseja "ler" pelos ouvidos? 

Eis aí uma trajetória mais acertada para se pensar a formação do leitor, o amor pela escrita, a curiosidade sempre aguçada. LER SIM, LER MUITO PARA AS CRIANÇAS E JOVENS, LER JUNTO COM AS CRIANÇAS E JOVENS, MAS LER ASSUNTOS QUE AS ENVOLVAM E AS FAÇAM PARTICIPAR DAS HISTÓRIAS. 

Comentários

ACIR KARWOSKI disse…
Mas a cena do pai lendo pra filha atitude muito positiva. O conteúdo da leitura muito interfere no gosto. Boas reflexões pra semana. ACIR MARIO KARWOSKI - Laboratório de Estudos de Leitura, Fala e Escria - LABELFE.

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