ANÁLISE DE TIRINHAS (041): SÍNDROME DA SEPARAÇÃO DO CELULAR
Desde 1973, quando foi inventado por uma equipe liderada por Martin Cooper (da Motorola), o telefone celular vem se desenvolvendo exponencialmente através da incorporação contínua de inovações oriundas da tecnologia digital. Ao mesmo tempo, esse aparelho complexo se incorporou nos hábitos e costumes das populações, inclusive sem discriminar as classes sociais mais humildes.
Saia na rua hoje em dia e onde estiver verá as pessoas mexendo nos seus para celulares clicar teclas e fazer chamadas telefônicas, ouvir mensagens de interlocutores diversos, marcar os passos de uma caminhada, ouvir música, assistir a um filme, orientar-se na cidade, etc. Sem dúvida, trata-se de uma maravilha da tecnologia e a sua necessidade é unânime.
A dependência do celular gerou também uma paranoia junto a muitos usuários. É como a ausência do aparelho significasse a perda de um braço ou de algum órgão do sentido. É como se a pessoa estivesse pregada ao costume de solicitar ou ser solicitada - via celular - o tempo todo.
Uma outra questão que se coloca, também geradora de dependência, está relacionada à "última moda" do aparelho. As versões mais novas, com alguns recursos a mais, são lançadas no mercado com ares de pompa e o povo corre atrás pensando que a sua versão ficou obsoleta. Dessa forma, estar na moda é carregar no bolso - geralmente no bolso traseiro - a última versão do equipamento, como fator de status social e de alimentação do mercado.
A tirinha acima mostra o que pode ocorrer com um grupo de pessoas quando se veem sem os seus celulares - mesmo na hora do descanso o uso do celular é um "must" sem o qual ocorre a síndrome da separação.
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Ezequiel Theodoro da Silva vem analisando as tirinhas de jornal há mais de 10 anos. Conheça e adquira o seu livro Reflexões sobre leitura via tirinhas de jornal (segunda edição revista e ampliada).
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